"Se no retalho polaco os supermercados Biedronka, da Jerónimo Martins, são líderes incontestados, na área grossista os maiores cash & carry também são de capital português. A liderança pertence à Eurocash (controlada pelo empresário Luís Amaral) e acaba de ser reforçada com a compra da Pol Cater, filial polaca da multinacional dinamarquesa Euro Cater, especialista no fornecimento a estações de serviço, restaurantes e empresas de catering. É a sexta compra de uma lista criada em 2003 e que ainda "vai a meio", segundo Luís Amaral. Desde que assumiu o controlo da Eurocash, há sete anos, investiu mais de €200 milhões em aquisições. Todas escolhidas a dedo, de forma a garantir a liderança nos vários segmentos do sector grossista em que opera. Com a Pol Cater, que emprega 170 pessoas e fatura €23 milhões, a Eurocash torna-se na maior fornecedora de hotéis, restaurantes e cafés. Já operava nessa área há dois anos, com a compra da McLane, uma empresa de logística que lhe permitiu fornecer estações de serviço e cadeias como a Pizza Hut, Burger King e KFC.
De quadro a rival da JM
"Não posso ter uma dimensão inferior à do maior retalhista", diz Luís Amaral. "A nossa luta no longo prazo, mais do que com os grossistas, é com os retalhistas. É com eles que os nossos clientes concorrem e nós temos de ter dimensão para oferecermos condições que lhes permitam ser competitivos", explica. Ironia das ironias, concorre com o retalhista onde, há 15 anos, foi um quadro-chave. Foi Luís Amaral quem implementou a entrada da JM na Polónia, precisamente através da aquisição da Eurocash. Comprou-a em 1995, em nome da JM, de onde sairia cinco anos depois para se tornar empresário na América Latina, como sócio dos fundos Antfactory (incubadora de Internet) e Laep (mediatizada já após a sua saída por ter comprado a Parmalat Brasil). Depois, quando a JM quis vender a Eurocash e focar-se na Biedronka, Luís Amaral comprou-a por €30 milhões, em 2003, através da sua empresa pessoal, a Politra, com sede na Holanda. Esta detém 52% da Eurocash. O restante está disperso por pequenos investidores e três fundos que são acionistas de referência: Aviva Powszechne Towarzystwo Emerytalne, ING Otwarty Fundusz Emerytalny e BZ WBK AIB Asset Management.
"Não posso ter uma dimensão inferior à do maior retalhista", diz Luís Amaral. "A nossa luta no longo prazo, mais do que com os grossistas, é com os retalhistas. É com eles que os nossos clientes concorrem e nós temos de ter dimensão para oferecermos condições que lhes permitam ser competitivos", explica. Ironia das ironias, concorre com o retalhista onde, há 15 anos, foi um quadro-chave. Foi Luís Amaral quem implementou a entrada da JM na Polónia, precisamente através da aquisição da Eurocash. Comprou-a em 1995, em nome da JM, de onde sairia cinco anos depois para se tornar empresário na América Latina, como sócio dos fundos Antfactory (incubadora de Internet) e Laep (mediatizada já após a sua saída por ter comprado a Parmalat Brasil). Depois, quando a JM quis vender a Eurocash e focar-se na Biedronka, Luís Amaral comprou-a por €30 milhões, em 2003, através da sua empresa pessoal, a Politra, com sede na Holanda. Esta detém 52% da Eurocash. O restante está disperso por pequenos investidores e três fundos que são acionistas de referência: Aviva Powszechne Towarzystwo Emerytalne, ING Otwarty Fundusz Emerytalny e BZ WBK AIB Asset Management.
Dinheiro sempre em caixa
Há sete anos, quando a comprou, faturava €300 milhões, com prejuízos de €10 milhões. Agora, com 6 mil colaboradores, fatura €1,7 mil milhões e lucra €26 milhões. A meta é atingir vendas de €10 mil milhões, sem calendário definido. A estratégia de aquisições cirúrgicas começou em 2005, um ano após a Eurocash estar cotada na Bolsa de Varsóvia. Primeiro foram 17 cash & carry da MHC. No ano seguinte, mais duas. Primeiro a KDWT, distribuidora de tabaco e confeitarias. Depois o franchise dos supermercados Delikatesy Centrum. Em 2008, foi a vez da McLane. Este ano, mais duas: a CEDC, maior distribuidor de álcool polaco, e a Pol Cater. Foram todas compradas com capitais próprios, à exceção da CEDC, que foi financiada pela banca. "Estamos sempre a gerar dinheiro para as próximas aquisições".
A Eurocash não concorre diretamente com a JM na Polónia. Mas Luís Amaral, 48 anos, não facilitará a vida a Alexandre Soares dos Santos, o chairman da JM que conheceu na Unilever, há 26 anos, ao estrear-se como marketeer. Depois tornou-se diretor de marketing da Nissan e quadro da JM - na Polónia cinco anos, e depois na holding apenas por alguns meses, até se tornar empresário.
Universo Cash & Carry
Depois de ser comprada à JM, em 2003, por €30 milhões, a Eurocash já investiu €200 milhões em seis aquisições. E ainda faltam outras tantas . A primeira compra foi em 2005: 17 cash & carry da MHC . Em 2006, pagou €15 milhões pela KDWT, de tabaco e €40 milhões por 150 lojas do franchising Delikatesy Centrum . A quarta compra foi a empresa de logística McLane, por €20 milhões, em 2008 . Este ano, já foram duas. Em Abril, foi o maior distribuidor polaco de bebidas alcoólicas, a CEDC, por €103 milhões, e agora a especialista em serviços de catering, restaurantes e estações de serviço Pol Cater, cujo valor não foi divulgado"
Fonte: http://aeiou.expresso.pt
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