quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Contratação obras públicas Polónia


As entidades polacas estão a contrariar as práticas internacionalmente reconhecidas em matéria de contratação pública, originando a acumulação de queixas por parte dos empreiteiros, junto da FIEC e dos EIC, e de contenciosos nos tribunais.
"Nunca recebemos tantas queixas de tantas empresas de diferentes países sobre práticas e autoridades em sede de contratação pública num único país", disse a respeito desta situação Ulrich Paetzold, diretor geral da FIEC-Federação da Indústria Europeia da Construção, à saída de uma reunião organizada recentemente em Bruxelas.
"E todas estas empresas possuem décadas de experiência a nível mundial em contratação pública e aplicação dos contratos standard da FIDIC, o que, no entanto, não as tem ajudado na Polónia, dada a relutância dos clientes públicos em cumprirem a sua parte", acrescentou na mesma ocasião Frank Kehlenbach, diretor dos EIC, entidade que representa as empresas de construção europeias com atividade internacional.
Num comunicado emitido após o encontro dos responsáveis pelas duas organizações que defendem os interesses do setor europeu da Construção, a FIEC afirma que os empreiteiros com contratos de obras públicas na Polónia estão profundamente preocupados com a grave deterioração das regras de contratação pública e da prática adotada ao longo dos últimos anos.
Conforme o mesmo documento, há já algum tempo que diversas alterações legislativas, quer à Lei da Contratação Pública, quer às condições contratuais internacionalmente reconhecidas da FIDIC, conduziram a uma situação considerada “manifestamente abusiva, contraprodutiva e inaceitável pelas empresas de construção”. A combinação de propostas mal preparadas com uma atitude geralmente desleal para com os empreiteiros e o desrespeito das obrigações contratuais por parte dos clientes públicos levanta, no entender da FIEC, não só a questão do profissionalismo do lado da procura, como também uma série de preocupações relativamente a questões associadas ao mercado interno, tais como a falta de transparência e proporcionalidade, a discriminação e liberdade de prestação de serviços.
 “Se esta situação, que no fim se traduz numa ineficiência dos gastos dos fundos europeus, não for interrompida e revertida, corre-se o perigo de a UE decidir rever as suas políticas de financiamento e empréstimos que proporcionaram à Polónia quase 68 mil milhões euros no atual período e que se encontram em processo de decisão neste exato momento”, sublinha a Federação europeia da Construção, que faz também notar que, “atualmente, pelo menos 2.000 milhões de euros estão "bloqueados" em litígios judiciais e que este valor está aumentar de forma acelerada”.
Perante este quadro, a FIEC e os EIC, juntamente com os seus parceiros na Polónia, dizem estar disponíveis para contribuir, de forma construtiva, no sentido de evitar a deterioração desta situação que a manter-se, frisam, “terá consequências dramáticas, não só para os empreiteiros polacos, mas também para a Polónia, um país cujas realizações, até ao momento, na União Europeia merecem ser aplaudidas."
Fonte: http://www.jornaldaconstrucao.pt 

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